
Founders, startups liderança empreendedora
Um dos fatores aos quais presto mais atenção pode ser considerado ao investir em uma empresa, mas é crítico para uma startup: o ímpeto de seus fundadores. Analisar como as pessoas de uma startup operam é crucial antes de fazer um investimento. De acordo com o estudo “What Do Venture Capitalists Do?”, 65% dos investidores de capital de risco atribuem os fracassos das startups a problemas internos na gestão de suas equipes.
Uma startup pode ter um bom produto e um grande mercado, mas se seus fundadores não têm ímpeto e não estão obcecados em resolver o problema, é provável que a empresa caia no primeiro obstáculo. Os fundadores com ímpeto não desistem facilmente.
Startups, por definição, precisam encontrar maneiras de escalar seus negócios. Não há desculpas. Além disso, os fundadores corajosos estão dispostos a fazer tudo o que for necessário para cumprir seus objetivos e compromissos.
Quando um investidor coloca dinheiro em uma startup, confia que seus fundadores farão o máximo para levar a empresa adiante, que não desistirão diante do primeiro obstáculo e que dedicarão seu talento para alcançar o sucesso. Sempre há a possibilidade de falhar, na verdade, é o mais provável que aconteça. Mas geralmente se aposta mais em fundadores dispostos a travar batalhas e, se vão perder, que o façam com as “botas calçadas”.
A liderança de uma startup em três papéis
Em seu artigo “The Ultimate Guide To Creating The Perfect Founding Team” (O Guia Definitivo para Criar a Equipe Fundadora Perfeita), Jonathan Chan, colaborador da revista Foundr, explica que as empresas devem ser compostas por três tipos de papéis:
Visionário:
Este papel geralmente é desempenhado pelo CEO da empresa. O fundador visionário tem sua visão voltada para o futuro da organização. “Possui a habilidade única de articular o sonho da empresa para outras pessoas; utiliza essa visão para convencer os céticos (clientes, mercado, investidores) e inspirar o restante da equipe”, explica Chan.
Hustler (Operacional):
O fundador hustler é o executor da empresa. “Define o ritmo e garante que todos o sigam. Mantém os olhos no resultado final e assegura que o navio continue avançando.” Além disso, o hustler deve estruturar e fortalecer a área comercial, a base do crescimento de qualquer startup, já que um produto sem tração não chegará a lugar algum.
Hacker (Produto): Uma empresa não pode existir sem um produto. O trabalho central do fundador hacker é garantir que o produto esteja sempre à altura. Chan argumenta que nas primeiras etapas de uma startup, o produto é incrivelmente importante, simplesmente porque sem produto não há negócio. A qualidade ou o valor de um produto depende principalmente da expertise do hacker.
Esses papéis são complementares e não podem existir sem seus pares. A teoria indica que um único fundador não pode cobrir essas três responsabilidades.
A experiência dos fundadores
Alguns investidores costumam confiar apenas em empresas cujos fundadores já possuam experiência na indústria que pretendem explorar; em outros casos, valorizam muito se eles já empreenderam anteriormente. Fundadores que conhecem bem sua indústria pode ser mais flexível; se algo der errado, terão mais facilidade para pivotar, mudar de foco, buscar novas soluções, mas nunca desistirão de sua obrigação de resolver o problema.
Existem empresas com uma homogeneidade perigosa: fundadores que compartilham um mesmo percurso profissional, se desenvolveram em ambientes semelhantes e têm compartilhado experiências por muitos anos. Suas visões estarão muito alinhadas e, com isso, a oportunidade de cruzar ideias e debater opções alternativas é desabilitada. Isso gera vieses… e os vieses sempre prejudicam o negócio.
Quantos fundadores uma startup deveria ter?
Existem diferentes pontos de vista sobre quantos fundadores uma startup deveria ter. A maioria dos Venture Capital concorda que o número correto é 3. Pessoalmente, não considero que deva ser uma regra. Dois fundadores poderiam desempenhar os três papéis descritos.
Na verdade, acredito que o equilíbrio ideal seria entre 2 e 4. Agora que estou empreendendo, sei que simplesmente não há tempo e não é saudável, tanto pessoal quanto profissionalmente, para uma única pessoa tentar cobrir os três papéis principais.
Investir em startups já implica em um risco muito alto; fazê-lo em empresas com um único fundador o maximiza. Torna-se muito pouco atraente. Não se deve ao fato de esse fundador carecer de ímpeto, apenas funcionalmente é muito pouco viável.
No desafiador universo das startups, a sinergia entre três arquétipos distintos de sócios fundadores – o visionário, o hustler e o hacker – forma a espinha dorsal do sucesso empreendedor.
O visionário, com sua perspicácia para identificar oportunidades inexploradas, lança as bases da visão; o hustler, com sua destemida habilidade de conquistar mercados e recursos, traz a energia necessária para transformar visões em realidade tangível; enquanto o hacker, com sua destreza técnica e inovação, constrói a infraestrutura digital que sustenta o edifício da inovação.
Juntos, esses três pilares constituem não apenas uma equipe, mas um catalisador poderoso que impulsiona a startup além dos limites, moldando o futuro empresarial com ousadia e resiliência. Essa tríade única não só é desejável, mas essencial para enfrentar os desafios, capitalizar oportunidades e alcançar o extraordinário nas jornadas empreendedoras.
Que a aliança entre o visionário, o hustler e o hacker continue a inspirar e pavimentar o caminho para o sucesso duradouro das startups, desbravando novos horizontes e desafiando as expectativas.